"[...] Ele foi pela calada,
estava escuro como breu.
Tinha a testa suada
e nos lábios - mentira ensaiada:
"Filho és feliz? Não me quero intrometer,
mas nunca sonhas com o Céu?
Nunca quiseste morrer?"
Alves pestanejou duas vezes
mas não ripostou.
O pai tacteou o punhal
e a sua gravata aliviou.
[...] Depressa o enterraram na areia junto ao mar
- uma prece rezaram, uma lágrima derramaram -
e para casa voltaram à hora do jantar.
A campa do Rapaz Ostra foi marcada com uma cruz.
Palavras escritas na areia
prometiam a salvação de Jesus.
Mas a sua memória perdeu-se numa onda de maré cheia."
Tim Burton
"A morte melancólica do Rapaz Ostra e outras estórias"