segunda-feira, dezembro 19, 2005

"Sonho sem quase já ser, perco se nunca ter tido,
E comecei a morrer muito antes de ter vivido.

[...] Não quero nada do acaso, senão a brisa na face;
Deêm-me um vago amor de quanto nunca terei [...]

Só, no silêncio cercado pelo som brusco do mar,
[...] Quero dormir na distância de um ser que nunca foi seu,
Tocado do ar sem fragrância da brisa de qualquer céu."

Fernando Pessoa